Serrano,
Pelas evidências podemos constatar que a Frutificação Pública esta atingindo objetivos mais rápidos do que o esperado. Começamos a entrar numa fase de estruturação para ações logísticas. Estamos sendo contemplados com um Ministério.
Acabamos de ganhar o Ministério da Frutificação, e como retribuição vamos eleger o András como Secretário de Segurança encarregado de estudar as probabilidades de risco e divulgar sobre os cuidados necessários para evitar efeitos colaterais da Frutificação Pública. Quanto mais conhecermos os riscos envolvidos maiores as chances de evitar que as frutas acarretem danos, perdas, casualidades, ou complicações adversas.
O maior inimigo da Frutificação Pública seria a ignorância e descaso, mas podemos ver que as pessoas estão preocupadas e estão analisando as contingências envolvidas.
O ato de colher frutas em árvores envolve muito mais riscos e aventuras do que comprar na feira ou supermercado.
Segue abaixo as minhas contribuições pessoais e não digam que não avisei:
Jaboticaba é uma das frutas mais recomendadas pelo estilo arbóreo e facilidade de coleta dos frutos. Entretanto, o consumo exagerado precisa ser consciente sobre os famosos efeitos laxativos que são diretamente proporcionais à quantidade ingerida que vai gerar profundas pressões abdominais.
Abelhas e maribondos também gostam de fazer as suas casas ao lado das frutas, principalmente as mangueiras. Um dia quando menino acabei dando uma cabeçada numa caixa de maribondos no alto de uma mangueira cheia de frutas maduras. Sabia o que estava fazendo, como num relâmpago desci mais rápido que a gravidade e levei somente 15 ferroadas. A minha cabeça
ficou tão grande que parecia uma enorme melancia do avesso. Em duas semanas estava novo em folha para outras aventuras, mas descobri porque naquela mangueira as frutas amadureciam e caiam sem serem perturbadas.
Criança aprende rápido.
Mamoeiro não é uma árvore muito boa para ficar trepando, pois o tronco mal tem firmeza para sustentar os frutos. Um dia resolvi subir num mamoeiro dentro da horta da minha mãe para apanhar uns mamões maduros que ficavam cada vez mais altos e deliciosos. Tive a infelicidade de tentar me apóias em um dos galhos que num piscar de olhos vi que os 7 metros de altura desapareceram instantaneamente. Não quebrei nem um osso, apenas o irrigador da minha mãe, que ao ficar sabendo da minha peripécia quebrou um cabo de vassoura nas minhas costas.
Formar bando de moleques para apanhar frutas também pode ser arriscado.
Aos sete anos de idade resolvi subir num galho velho de uma árvore caída para chupar cana e estava lá sentado no alto como o Rei Leão chupando cana e admirando o meu reinado. Logo em seguido uns 10 moleques da minha idade tiveram a mesma idéia e parece que o meu trono não era tão forte como a minha sabedoria. Desabamos lá de cima em direção ao solo que sempre foi uma superfície segura e ponto final para aqueles que aterrizam de sonhos passageiros. Como estava sentado cavalgando, a minha perninha estava por baixo do tronco que quase separou o meu pé da minha perna no final da queda. Nem tanto, depois de nove pontos e alguns meses
andando como o saci-pererê me recuperei e ainda sinto saudades da época em que os riscos traziam o prazer das aventuras. Ainda tenho as cicatrizes do tempo na minha pele e as lembranças na minha alma.
Subir em mangueiras é muito mais fácil que em laranjeiras ou citros em geral que possuem tantos espinhos que furam os nossos pés e mãos. Mas com o tempo aprendemos a encarar os riscos e as laranjeiras acabam ficando como cavalos domados onde aprendemos a balancear entre os riscos e o prazer de poder subir no alto de uma laranjeira e lá em cima chupar 10 a 20 laranjas que são apanhadas e descascadas, e chupamos apreciando a paisagem e vendo a fruteiras do alto.
Talvez as frutas realmente façam mal ao homem. Pessoas que gostam de frutas se recusam a engordar porque obesos não sobem em árvores e nem podem imaginar como é a vida na copa das árvores.
Talvez as frutas façam mal ao ego porque o individuo que come frutas passa acreditar que a natureza não pode ser abandonada e que a própria modernidade perde o sentido quando as frutas começam a desaparecer da paisagem.
Começo a pensar que não sou inteligente. A culpa é das frutas, não devia ter comido tanta fruta quando criança. A fruta acaba sendo um mal para o homem como eu que fui vitima de quatro diplomas. Acho que o pior deles foi o de PhD quando o Bill Clinton, então Presidente dos EUA, esteve na minha formatura e nem sequer falou das frutas, mas fez promessas para se reeleger. Ele disse que nós iríamos mudar o futuro. Não creio que estava falando das frutas e muito menos de fazer um pomar global. Qualquer dia volto lá e planto uma fruteira no Central Park. Vou fazer isto somente se os Americanos resolverem fazer a América um Pomar de Frutas de Clima Temperado. Lá, já vi macieiras em áreas públicas, produzindo aquele tipo de maça que importamos da Argentina. Incrível ver que um povo consegue produzir uma macieira na calçada e ninguém ousa mexer no que pertence aos outros. Acredito que os Americanos também poderão ter um pomar do tamanho do nosso.
Se eu for plantar uma fruteira na Austrália quero fazer isto em Melbourne. Lá existe um cientista que nos últimos 30 anos esta fazendo jardinagem avançada como fiz nos últimos dez anos. Ele tem um invento que chegou 2 anos depois que um brasileiro comer de frutas já patenteou nos EUA. A Austrália também poderia fazer um grande Pomar Tropical, pois estão ficando gordos como os Americanos e o nosso pomar poderia levar as frutas para amenizar este problema na terra do canguru.
Quem corre tem mais memória. Recentemente aprendi em um artigo cientifico que as atividades físicas constante ajudam na inteligência por afetar a neurogênese e aumentar o numeram de neurônios ao nível de hipocampo. Talvez as frutas também afetem a inteligência ou a parte cognitiva.
Menino que daninha atrás de frutas conhece os riscos dos espinhos, das abelhas e maribondos, às vezes cobras ou aranhas, também sabe das pessoas rabugentas que não gostam de frutas ou de dividi-las.
Com o tempo vamos aprender sobre o prazer da aventura em domar uma laranjeira e também daqueles que hoje sentem vazios e amargurados por nunca terem podido cavalgar nas cristas de uma amiga fruteira e sentir no âmago de onde viemos e para onde deveríamos estar indo.
Todos são bem vindos, mas se lembrem que supermercado não dá espinhos.
Saudações Frutíferas,
Elson
Elson Silva, PhD
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Parque São Quirino
13088-300 Campinas, SP, Brazil
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