Se eu não me queimar

Benvindo ao grupo Elson ! suas colocações induzem a reflexão e fazem os olhares se voltarem para os caminhos da ciência.

Não pergunte o que seu País pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu País.

Tal dito é de John Kennedy, salvo engano.

Claro que, como humanos (???) nos sentimos frustrados em não sermos reconhecidos pela nossa capacidade ou trabalho, e isto ocorre também com o capinador de roça que faz o melhor cabo de enxada da região.

Certa feita o sapateiro que presta serviços para mim perguntou porque os "grandes homens" foram "grandes sofredores", e respondi que não é fácil construir o amanhã quando as pessoas de hoje estão preocupadas em prorrogar o ontem.

Não sou cientista, sou apenas graduado em Direito, e por isso sou um descobridor de correlações úteis: nuvens negras no céu e grandes trovões, se os bovinos subirem o morro entre em alerta pois é tempestade com inundação das baixadas.

Essa correlação, relação, percepção bovina ou seja o que for, é útil para quem não tem acesso a informações meteorológicas, e não existem riscos: se não vier tempestade melhor ainda.

A distribuição escalar dos seres humanos é a grande riqueza da humanidade inteligente. Se tudo funcionasse corretamente a ciência não existiria, por pura falta de necessidade dela.

Singular - mas não estranho - que entre seres humanos a diferença de potencial também gere fluxo de energia no sentido da carga maior para a menor.

Singular - mas não estranho - que entre seres humanos os fluxos de energia também gerem efeito de campo.

Estranho, sim, conquanto também singular, que seres humanos habitem gaiolas de Faraday para não contribuírem para o fluxo e para o campo.

Mas isto é uma fase da evolução do domínio da inteligência. As pessoas não são más, apenas, vez ou outra, não sabem o que fazer ou como fazer o bem.

Fazer o bem tem altíssimos custos energéticos - considerado o tempo e a informação como energias num sistema - enquanto o mal pode ser instantâneo.

Fazer o mal de uma só vez para ser esquecido e o bem aos poucos para ser sempre lembrado é recomendação de Maquiavel (O Príncipe) para os políticos. Maquiavel nunca foi maquiavélico, foi apenas um observador, ou um descobridor de correlações.

Se melhor soubéssemos o que fazer estaríamos fazendo, pois a regra é gostar de coisas agradáveis.

O melhor ponto de observação de um churrasco é onde está o carvão que, para ter tal privilégio se queima, digo, tentando parafrasear Nazin Hicmet, o poeta turco:

Se eu não me queimar,
se tu não te queimares,
se nós não nos queimarmos,
não formaremos o grande incêndio
que iluminará o futuro da humanidade.

Saudações sócio-ambientais
Serrano Neves
serrano@serrano.neves.nom.br